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Bullying nas escolas: como identificar, combater e prevenir

Você sabia que o tão comentado bullying nas escolas é muito mais do que apelidos, piadinhas e rótulos constrangedores? Trata-se de um tipo de violência física ou psicológica, e é imprescindível saber lidar com esse desafio no ensino público.

O bullying é uma prática terrivelmente comum entre os estudantes e pode causar danos irreparáveis nos alunos e seus familiares. A prova disso é o triste caso do garoto que atirou contra os colegas de classe em Goiânia, chocando o país inteiro em outubro de 2017.

Outra história marcante, mas com um final mais animador, é a de Keaton Jones, um adolescente norte-americano que relatou ser vítima de bullying e questionou a razão de ser constantemente incomodado pelos colegas. O vídeo emocionou e viralizou na internet, fazendo com que Jones recebesse apoio de várias pessoas, inclusive de celebridades.

Tendo em vista que a origem do bullying, muitas vezes, ocorre dentro da sala de aula, é responsabilidade das escolas identificar, combater e prevenir essas atrocidades — conforme a Lei nº 13.185. Mas, não se preocupe, vamos ajudar você. Confira!

Conceito de bullying

O bullying se caracteriza por agressões intencionais e repetitivas, físicas e/ou verbais, feitas por um aluno ou um grupo de alunos sem motivo aparente, podendo causar danos físicos, psicológicos e emocionais na vítima.

O termo ‘bullying’ vem de ‘bully’, uma palavra inglesa que significa “valentão”. E é dessa forma que podemos imaginar a situação: algozes que, com atitudes e palavras ameaçadoras e agressivas, causam angústia e dor em uma pessoa indefesa.

Até algum tempo atrás, o bullying nas escolas não tinha esse nome e era visto como fatos isolados, brigas de crianças e piadas de mau gosto. Porém, atualmente, já é compreendido como um problema crônico nas escolas e, também, como crime.

Conheça a seguir os principais tipos de bullying.

Físico

Esse tipo de bullying se manifesta por meio de agressões físicas, como socos, chutes, tapas, bloqueios de passagem, empurrões e demais ações que envolvem toque de modo inadequado.

Apesar de ser um ato notório, em que facilmente se pode distinguir agressor e vítima, muitas vezes, essas atitudes são encobertas como se fossem uma “brincadeira entre amigos”. É preciso conscientizar os alunos para que a violência não seja confundida com descontração.

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Psicológico

O bullying psicológico pode ser encontrado em perseguições, manipulações, chantagens, discriminações e ameaças que muitas pessoas sofrem em razão da sua cor de pele, orientação sexual, religião, aparência física ou outro motivo.

O bullying psicológico é tão sério que pode levar suas vítimas a desenvolverem quadros de ansiedade, depressão e fobia social.

Verbal

O bullying verbal é o xingamento, a piada ou o rótulo humilhante. Nesse caso, o aluno recebe um “título” por não se enquadrar em determinado padrão e não ser considerado “normal” ou “pertencente” por seus colegas. A consequência disso são adultos doentes, inseguros, dependentes e com problemas de interação social.

Material

O bullying material se caracteriza por esconder, sujar, estragar, rasgar, ou danificar de qualquer outra maneira um objeto que pertença à vítima.

Isso acontece por que o “valentão” quer sempre se mostrar mais forte e corajoso (e até perigoso) do que o outro aluno, e, para isso, destrói seus pertences como forma de intimidação.

Cyberbullying

Com a facilidade da tecnologia e encorajados pela falsa liberdade por estarem atrás de uma tela, os agressores não medem esforços para atacarem suas vítimas com ameaças, fofocas, chacotas e imagens ou vídeos comprometedores expostos em redes sociais e sites.

O cyberbullying representa uma invasão à privacidade de alguém, causando sofrimento, constrangimento e temor. E, infelizmente, os casos de vítimas no Brasil surgem constantemente.

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Como identificar o bullying no ambiente escolar

O que começa com um apelido supostamente inofensivo pode causar traumas duradouros que comprometem toda a vida pessoal e escolar de um aluno. Por isso, é fundamental identificar qualquer vestígio do bullying nas discretas brincadeiras e comentários.

Agora, que você entende que esses atos são construídos diante de uma relação desigual e sem motivo evidente, o ideal é ser veemente em não aceitar práticas maldosas, como apelidos, fofocas, brincadeiras de mão ou xingamentos na sua escola.

Não trate situações que parecem pequenas com menos seriedade. Lembre-se: nem sempre o bullying será escancarado. Às vezes, ele é velado em olhares, murmurinhos e exclusão.

Atente-se aos seguintes sinais em seus alunos:

  • machucados sem explicação convincente;
  • roupas sujas ou rasgadas;
  • materiais escolares estragados ou frequentes perdas de objetos;
  • isolamento, medo de sair sozinho ou não querer ir à escola;
  • queda no rendimento escolar;
  • ausência de socialização e amizades;
  • tristeza, solidão, insônia e estresse;
  • perda do apetite;
  • baixa imunidade;
  • pensamentos suicidas.

Ações para combater e prevenir o bullying nas escolas

É necessário compreender qual é o papel das escolas no combate e prevenção ao bullying, pois a instituição pode sofrer as consequências previstas em lei, se for considerada culpada dos atos.

Embora pareça que o foco da lei é punir e colocar as escolas em situação de fragilidade, seu real interesse é impulsionar uma mudança cultural. Para isso, é inevitável o desenvolvimento de medidas de conscientização, prevenção e combate ao bullying. Conheça algumas ideias:

Incentivar os alunos a denunciarem o bullying

A escola não pode ignorar os acontecimentos e deve garantir que o aluno se sinta seguro para reportar o bullying, deixando claro que a direção e os professores estão dispostos a ajudá-lo.

Aproxime-se dos seus alunos — e peça para que os docentes façam o mesmo — com o intuito de incentivá-los a denunciarem atos de bullying e ensiná-los que não devem aceitar essas atitudes, tampouco reproduzi-las.

Oferecer eventos sobre a temática

Promover campanhas de conscientização, palestras e debates a respeito do bullying é uma ótima forma de combate e, principalmente, prevenção. Nesses eventos, é possível falar diretamente com alunos, mas, também, capacitar educadores para discussão e solução da prática nas escolas.

Para os alunos, uma boa ideia é passar filmes que os façam refletir sobre o tema. Eles precisam conhecer as consequências das suas ações e saber quantas vidas foram impactadas negativamente por causa dessas “brincadeiras”.

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Atuar junto com os pais e a comunidade escolar

A conscientização é cultural e, para que a mudança aconteça, deve ser trabalhada em todos os ambientes que o aluno frequentar. Diante disso, é importante desenvolver ações para integrar escola, pais e comunidade nessa causa.

Estimular lideranças positivas entre os alunos

Brincadeiras que incentivam a competição e disputa de ego são péssimas aliadas no combate ao bullying. Portanto, adote o conceito de liderança positiva e estimule a empatia e o trabalho em equipe.

Disponibilizar apoio psicológico

Uma sugestão é contar com um psicólogo na escola a fim de ajudar na identificação de ocorrências, apoiar alunos que sofrem com a violência do bullying e, também, auxiliar os que cometem esses atos. Afinal, essas crianças ou adolescentes estão “perdidos” por alguma razão e merecem nossa atenção.

Vale ressaltar que a escola não deve se concentrar em punir os alunos agressores, mas em instruí-los. Em tempos de intolerância, o mais indicado é adotar atitudes firmes e falas claras ao defender o respeito ao próximo e às diversidades.

Para superar de vez o bullying nas escolas, é preciso escutar seus alunos. Para tanto, o que acha de contar com a contribuição do corpo discente na tomada de decisão? Saiba mais sobre gestão escolar participativa!

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