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Nutrição e aprendizagem em sala de aula: entenda essa relação

A necessidade de que haja oportunidades iguais de aprendizagem começa no estômago. Isso mesmo! Uma nutrição deficitária pode ser o grande empecilho para a aprendizagem dos alunos. É inegável, portanto, a relação direta que existe entre nutrição e aprendizagem.

Pensando nisso, resolvemos apresentar informações sobre as necessidades nutricionais que devem ser supridas para promover uma melhor aprendizagem em sala de aula.

Desnutrição e a dificuldade de aprendizagem

A infância é a fase da vida em que se solidificam os hábitos alimentares. É nessa fase que o acesso a uma alimentação saudável e balanceada pode criar bons hábitos que perdurarão pela vida.

Além disso, é do senso comum que as necessidades calóricas das crianças em fase de crescimento são maiores do que as dos adultos.

A taxa de metabolismo basal — que consiste na quantidade mínima de calorias necessárias para manter as funções vitais do nosso organismo — dos pequenos chega a ser 25% maior do que a nossa. Como são agitados e vivem em atividade muscular mais intensa, acabam exigindo gastos calóricos elevados.

Por isso, uma nutrição insuficiente para mantê-los saudáveis pode trazer sérias consequências não apenas para a saúde do corpo, mas também à saúde da mente. Dificuldade de concentração é um dos grandes sintomas de uma alimentação deficitária ou inadequada.

Crianças mal alimentadas terão maior dificuldade na realização das atividades propostas. Já uma alimentação saudável faz com que o aluno adoeça menos, falte menos às aulas e ainda, tenha um melhor desempenho.

Dados do IBGE apontam para a persistência de consideráveis índices de desnutrição ainda no Brasil atual: o quantitativo de casos em crianças de até 5 anos ainda preocupa. A desnutrição se caracteriza por, além de uma dieta inadequada, infecções no corpo. As consequências desses dois fatores é um crescimento prejudicado e o peso muito abaixo da média para a idade.

Os efeitos podem ser facilmente percebidos em sala de aula, nas escolas da rede pública, em regiões mais carentes. A criança desnutrida tem dificuldades de concentração nas atividades e sofre drásticas alterações no humor que prejudicam ainda mais sua cognição.

Sendo assim, os alunos com algum grau de desnutrição sentem, devido à elevada dificuldade de aprendizado, grande desinteresse pelas aulas e, por isso, não respondem bem a estímulos educacionais.

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Educação alimentar na escola

Para combater esse fantasma da desnutrição e melhorar a aprendizagem dos alunos, a escola deve, além de oferecer um cardápio rico em nutrientes necessários ao desenvolvimento cognitivo da criança, ser um espaço para a educação alimentar.

O hábito da boa educação deve ser estimulado na escola, tanto na teoria quanto na prática. Por isso, muitas instituições públicas de ensino já estão alinhadas com esse pensamento, proibindo o consumo refrigerantes e outros alimentos prejudiciais à saúde dos alunos.

Alimentos ricos em nutrientes, como frutas, podem ser distribuídos nos intervalos para substituir os lanches gordurosos, mas é preciso que se invista também na conscientização dos alunos sobre a importância desses alimentos para a manutenção da saúde física e mental.

E esse é um processo que demanda a promoção de variadas ações, como atividades lúdicas e debates sobre o tema, objetivando o engajamento de toda a comunidade escolar.

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O Pnae como garantidor da relação entre nutrição e aprendizagem

Implantado em 1995, é o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) a diretriz maior que regulamenta a alimentação dos alunos da educação básica nas escolas municipais. O Pnae é uma Iniciativa do MEC que objetiva zelar pela oferta de uma merenda de qualidade nas escolas públicas brasileiras.

Desde a década de noventa, o programa, que é gerido pelo Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação (FNDE), tem promovido avanços nesse campo. O mais notório deles foi a implementação da Lei nº 11947, de 16 de junho de 2009, que, entre outras conquistas, postulou que a alimentação escolar é um dever do Estado e um direito para o estudante.

Além dessa lei, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), em seu artigo 54, assegura ao estudante a gratuidade total de serviços escolares que incluem a alimentação.

Todavia, não é incomum que esse direito adquirido dos alunos seja usurpado. Os jornais noticiam, constantemente, escândalos envolvendo desvios de verba pública para a merenda escolar.

Devido à corrupção, há regiões no Brasil em que o problema se projeta para além da qualidade nutricional do alimento oferecido nas escolas: falta merenda para os alunos. Por isso, há sempre a necessidade de fiscalização por parte da sociedade e dos órgãos competentes.

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Necessidades nutricionais relacionadas no Pnae

O Pnae regulamenta o padrão tanto dos micronutrientes quanto dos macronutrientes que precisam ser supridos pela alimentação escolar. É partindo desses parâmetros que os cardápios são elaborados pelas equipes de nutricionistas das secretarias estaduais de educação.

Os macronutrientes

São compostos dos carboidratos que dão energia às células do nosso corpo, além das proteínas que auxiliam na construção de tecidos, músculos e da nossa pele. Também os lipídios (gorduras), que são essenciais para a produção de energia, integram os macronutrientes.

Os micronutrientes 

Já esses são as nossas fontes de vitaminas A,C,D,E e K, além das vitaminas do complexo B. Esses micronutrientes precisam ser absorvidos em menor quantidade em relação aos macronutrientes, mas estão diretamente relacionados às capacidades de aprender e se concentrar.

A adequação dos valores nutricionais da merenda escolar aos parâmetros do Pnae visa não apenas a combater a desnutrição que reverbera no baixo desempenho escolar, mas também à prevenção de doenças.

Os recursos do Pnae destinam-se ao atendimento das necessidades nutricionais do aluno durante sua permanência nas aulas, especialmente. Por isso, os nutrientes que afetam diretamente a capacidade de aprendizado do aluno são priorizados.

Em relação especificamente aos micronutrientes, elegeram-se 6 principais que influenciam mais diretamente no aprendizado: as vitaminas A e C, o ferro, o magnésio, o cálcio e o zinco.

Os macronutrientes, como constituem a reserva energética do corpo, devem integrar na proporção correta por modalidade de ensino (educação infantil, ensino fundamental e ensino médio).

As regiões atendidas também constituem parâmetros para a distribuição de macronutrientes na alimentação escolar. Segundo disposto no Pnae, escolas das zonas rural e urbana, bem como comunidades indígenas e quilombolas, devem se adequar a um percentual específico de referência.

Como se vê, a alimentação é um dos fatores basilares para o progresso da educação pública no Brasil. Com a oferta adequada de nutrientes na merenda escolar, é possível melhorar a aprendizagem nas escolas e, consequentemente, elevar a qualidade do ensino público brasileiro.

Conteúdo para educadoras(es)

Aqui no blog da Portábilis você encontra vários artigos sobre conceitos pedagógicos, competências e ideias para planos de aulas adaptados à BNCC e dicas importantes para gestoras(es) escolares e dirigentes municipais. Confira alguns destaques:

 

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