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3 dicas para engajar os alunos na aula de Português

Sabemos que uma grande parcela dos alunos tem dificuldade de aprender Português. Muito pelo seu conteúdo complexo e, por vezes, maçante. O que torna a aula de Português de difícil assimilação. Diante dessa situação, como ensinar e, ao mesmo tempo, engajar os alunos? 

Prender a atenção de toda a turma não é tarefa fácil. No fim do dia, o professor está cansado e desmotivado. Passar o conteúdo no quadro e, simplesmente, explicar regras sobre a norma culta de escrita não são suficientes para despertar o interesse da garotada.

Os fatores que contribuem para a manutenção das aulas no formato tradicional são a sobrecarga de trabalho dos professores com atividades extracurriculares, rigidez das instituições de ensino para a inovação, falta de habilidade com os alunos e o medo de desafios.

Além disso, há a falta de recursos, na rede pública, para bancar mudanças significativas.

Levando em consideração todos esses limitadores, como tornar as aulas de Português mais atrativas? Haja criatividade, concorda? Por isso, separamos algumas ideias para ajudar você nesse desafio.

Como engajar os alunos na aula de Português?

Em primeiro lugar, o aluno precisa se tornar ativo em seu aprendizado e, para isso, as aulas devem favorecer sua participação nesse formato. Proibir o uso do celular, por exemplo, afasta a escola da realidade dos estudantes.

É claro que o uso de smartphones deve ter um propósito claro, caso contrário, pode transformar a sala de aula em uma bagunça. Mas, relacionar os conteúdos à realidade dos alunos é sempre a melhor saída, pois é importante que entendam que os temas estudados serão úteis ao longo de suas vidas.

Aprender sobre pontuação, por exemplo, não precisa ser um martírio. A maioria dos conteúdos podem ser trabalhados de forma descontraída. Só assim o entendimento ocorrerá de forma fluida. 

Tente não sobrecarregá-los de informação, lembre-se que o mais importante é focar, conforme consta na BNCC, no desenvolvimento das capacidades dos alunos. 

Para além da criatividade, o apoio da direção e de outros professores também são fundamentais para que as soluções inovadoras deem certo em sala de aula.

Para facilitar a aplicação das ideias a seguir, desenvolva pequenos projetos durante as aulas. Sempre lembrando de associar o conteúdo à vivência dos alunos e trazendo ludicidade às atividades.

1- Ensine através de uma situação real

Em Campo Bom/RS, o professor Jorge Cesar Barboza da EMEF Borges de Medeiros inovou em suas aulas de Língua Portuguesa quando propôs, aos alunos, criarem uma TV on-line.

Através de uma situação real, com um público que compreendeu, não apenas professor e colegas, os alunos sentiram-se motivados a produzirem matérias com cada vez mais qualidade, tanto visual quanto lexical.

Por meio da produção de reportagens, envolvendo textos, vídeos e imagens, o professor conseguiu explicar conteúdos como, gramática, produção textual e oralidade. O que permitiu aliar a disciplina à vivência dos alunos.

A prática da escrita aconteceu até mesmo na elaboração dos vídeos, pois, para criá-los, foi preciso um planejamento antes das gravações.

Para fazer o projeto acontecer, alguns recursos digitais foram necessários, como smartphones e notebooks. Sabemos que as escolas nem sempre possuem esses recursos, porém, para que você consiga botar essas ações em prática, o uso de celulares é o suficiente para fazer capturas de imagens, vídeos e, inclusive, a edição dessas mídias.

Por meio dessa atividade que trouxemos como exemplo, o professor acaba se tornando em um mediador do ensino e os alunos, protagonistas na construção do aprendizado. O que vem ao encontro do mais novo formato de educação, a Educação 4.0.

Leia também:

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• 5 dicas para planejar aulas criativas
• Multiletramentos: veja como aplicar o conceito

2- Proponha produções de vídeos sobre diferentes temas

Seguindo na linha digital, afinal, não temos mais como fugir da tecnologia, procure abrir mão da exibição de filmes e elabore uma proposta para que os alunos produzam seus próprios vídeos. Assim, eles sairão do papel de meros receptores para produtores de conteúdo.

É claro que o professor não deve esquecer dos objetivos de aprendizagem. Para isso, você deve orientar as produções, estabelecendo temas (podem ser, inclusive, interdisciplinaridades) e um roteiro a ser seguido com as seguintes etapas: planejamento, pesquisa, pré-produção, gravação e edição.

Na hora de dar a nota, avalie questões como, elaboração do roteiro, apresentação do vídeo, postura e trabalho em equipe. 

A vantagem de utilizar recursos tecnológicos nas aulas é que grande parte dos alunos está familiarizado com seu uso. Além do fato de equipamentos, como os smartphones, estarem se popularizando cada vez mais, muitos dos softwares para fazer a edição dos vídeos são gratuitos.

O que você e seus alunos precisarão para botar esse projeto em prática:

• Celular com câmera;
• Microfone lapela (caso não tenha, opte por lugares silenciosos);
• Tripé, lâmpadas e refletores (não são obrigatórios, mas ampliam a qualidade da produção);
• Software para edição. Algumas sugestões gratuitas e que podem ser utilizadas no celular: Quick, Adobe Premiere Clip e Movie Maker FilmMaker.

 

 

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3- Faça-os entender a diferença entre linguagem falada e escrita de uma forma divertida

Ao mesmo tempo que é importante valorizar a cultura popular e a variação da fala nas diversas regiões do País, é preciso ensinar que o que deve prevalecer na hora de escrever é a norma padrão da Língua Portuguesa.

O que é um grande desafio para os professores de Português, já que muitos estudantes, desde cedo, desenvolvem sua comunicação, convivendo com os pais e a comunidade onde vivem.

O indicado, nesses casos, é ensinar a partir das origens dos alunos. Para facilitar o entendimento, trouxemos exemplos de professores de duas regiões diferentes do País. Um no Ceará e outro no Rio de Janeiro.

Trabalhando com a literatura de cordel, a professora Francisca das Chagas Menezes Sousa da EEF João Pinto Magalhães, localizada na cidade de São Gonçalo/CE, montou uma roda de conversa entre os alunos para avaliar o que sabiam sobre o tema e propor que aprofundassem o conhecimento sobre o gênero, que é uma antiga tradição nordestina.

Após algumas pesquisas protagonizadas pelos alunos, a professora trouxe uma discussão mais profunda sobre o assunto. Logo em seguida, os estudantes começaram a criar seus próprios textos de cordel sob a mediação de Francisca.

Durante alguns meses, um portfólio foi montado com todas as produções. Assim, foi possível avaliar os avanços dos alunos na adequação do vocabulário, concordância, paragrafação e ortografia. Além de melhorar a escrita e a fala, o interesse pela leitura também aumentou.

No caso do professor Willmann Costa, do Colégio Estadual Chico Anysio no Rio de Janeiro, o tema escolhido para engajar os alunos na aula de Português foram letras de músicas de funk. 

Primeiro, houve uma conversa com os alunos, momento em que falaram de sua realidade e de seus interesses. Assim, todos se sentiram motivados a participar da aula. Durante o papo, os estudantes revelaram que gostariam de criar um funk, foi então que o professor aceitou a proposta e planejou as aulas para que o projeto saísse do papel.

Durante a elaboração da letra, Willmann a relacionava ao conteúdo da disciplina, explicando questões como, substantivos, advérbios, rimas ricas, versos e estrofes.

Desta forma, criou-se uma relação de confiança entre o professor e os alunos. O que fez com que a indisciplina diminuísse e os estudantes fossem melhor nas avaliações da disciplina.

Blog da Portabilis

E então? Pronto para aplicar essas ideias na sua aula de Português? Ou, se já utiliza algumas delas, consegue engajar os alunos como gostaria e, ao mesmo tempo, adquirir resultados positivos no aprendizado? Conta para nós a sua experiência, será um prazer ouvi-lo!

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