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Avaliação escolar do aluno: porque deve ir além das provas

Às vésperas de uma avaliação escolar, é comum que os alunos vivam momentos de tensão. E é aí que os mais aplicados se empenham para manter a boa reputação e não decepcionar colegas e familiares.

Para os que têm alguma dificuldade ou transtorno de aprendizagem, por sua vez, a avaliação escolar tradicional assume uma dimensão ainda mais apavorante. Afinal, as cobranças para atingir determinado resultado tendem a se intensificar, uma vez que o aluno já não conseguiu alcançar o patamar desejado anteriormente.

Veja, a seguir, algumas possíveis limitações que colocam em xeque a eficácia dessa estratégia.

A prova é um modelo de avaliação escolar pontual

Embora ainda seja a metodologia mais utilizada, a prova tradicional recebe uma série de críticas por parte de alguns educadores. Na maioria das vezes, as avaliações escolares são compostas por questões dissertativas ou de múltipla escolha sobre temas estudados em uma disciplina.

A nota obtida pelo aluno é proporcional à quantidade de respostas corretas — quanto mais acertos, melhor o desempenho. Será que o aluno que tira a melhor nota, de fato assimilou o conteúdo? E os estudantes que apresentam desempenho insatisfatório, ao contrário, não aprenderam nada?

Uma das mais importantes críticas à prova escrita é o fato de que esse modelo desconsidera a curva de aprendizado. Assim, se torna um instrumento de avaliação pontual que normalmente é aplicado ao final de períodos (bimestres ou semestres).

Em outras palavras, trata-se de uma estratégia isolada, que se baseia na medição do conhecimento adquirido ao longo de um intervalo predeterminado e despreza a evolução que o aluno apresentou durante o ano letivo. Dessa maneira, sua trajetória é ignorada e o desempenho é avaliado a partir de um recorte da realidade, uma vez que até mesmo os conteúdos avaliados são selecionados.

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O mais importante são os resultados

Via de regra, para que o aluno conquiste uma boa nota na avaliação escolar, é preciso basicamente que suas respostas estejam alinhadas aos parâmetros esperados. O cumprimento dessa meta, entretanto, não significa que ele realmente consegue compreender o que está estudando.

Isso significa que, dependendo do estilo da prova ou do exercício, o aluno é estimulado a memorizar conceitos em vez de entendê-los. Em termos práticos, isso significa que as informações são armazenadas durante um curto período de tempo.

Se as mesmas questões forem refeitas ao estudante poucos dias depois, sem aviso prévio, nada garante que ele repetirá o aproveitamento. Em um teste de múltipla escolha de matemática, por exemplo, mesmo que o aluno escolha a alternativa correta, o avaliador não sabe se ele raciocinou corretamente para chegar ao resultado ou se foi apenas sorte.

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Supervalorização dos acertos

Como a nota está diretamente atrelada à quantidade de respostas corretas e esse é o modelo de comportamento que precisa ser copiado, os estudantes são induzidos a sempre buscar a perfeição.

Na direção contrária, a repreensão ao erro pode deixar o estudante que o cometeu estigmatizado como fracassado. Há casos em que essa cobrança é tão intensa que pode afetar, inclusive, o equilíbrio psicológico do estudante.

O ideal é não mascarar o erro, mas o professor deve orientar o aluno para que ele consiga aprender com a situação. Ou seja, é importante estimular a autocrítica, para que o estudante seja capaz de avaliar sua trajetória para identificar aspectos que precisam ser melhorados.

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Estímulo à competição entre os alunos

Há duas características das provas e dos trabalhos tradicionais que favorecem a existência da competitividade entre os alunos. A primeira é que, na maioria das vezes, a avaliação é individual — essa medida costuma ser adotada pelos professores para manter o controle sobre a turma.

A outra é que as notas funcionam como um sistema de classificação e os alunos são rotulados em melhores e piores. Com isso, uma das motivações para conquistar uma boa nota é ter um resultado superior ao do colega.

Para o estudante, não é interessante estar em uma posição desfavorável nessa comparação, mesmo porque isso pode dar margem à prática de bullying. Equivocadamente, portanto, o parâmetro deixa de ser o desenvolvimento individual.

Criação de padrões para a avaliação dos alunos

É preciso destacar, ainda, que cada pessoa tem necessidades diferenciadas — o que significa que um mesmo método não apresenta igual eficácia para todos os estudantes. As avaliações tradicionais estabelecem padrões que igualam todos os alunos, sem considerar esse aspecto.

Como cada pessoa aprende de jeitos e em tempos diferentes (e não há nada de errado com isso), o ideal é criar maneiras de monitorar o aprendizado individual. Afinal, é preciso reconhecer e aceitar o caráter subjetivo do processo de aprendizagem.

Paradoxalmente, ao tentar estabelecer uma igualdade entre os alunos, esse modelo realça a existência de diferenças entre eles. Com isso, os alunos especiais são os mais prejudicados.

É importante não rotulá-los: ao contrário, vale a pena dar-lhes oportunidades práticas para que eles demonstrem seus talentos e aptidões. Eles não são menos inteligentes que os colegas, apenas precisam de estímulos adequados para se integrar à turma.

Conheça alternativas às limitações do modelo tradicional

Em resumo, o modelo atual de avaliação escolar tem limitações significativas, que podem comprometer a qualidade do processo de aprendizagem. O ideal, nesse caso, é incorporar práticas inovadoras, a exemplo do que acontece nas escolas da Finlândia.

Existem instituições que deixaram para trás dois dos principais pilares da educação tradicional. O primeiro deles é a divisão de conteúdos em disciplinas: o fim desse método abre espaço para que um mesmo tema seja explorado por professores diferentes simultaneamente, de forma a colocar em prática o conceito de interdisciplinaridade.

Para isso, geralmente é escolhido como ponto de partida um assunto que seja familiar para quem aprende. Há a preocupação de estabelecer uma conexão com o universo do aluno, até como um elemento motivacional extra.

Nesse contexto, outro aspecto é modificado: as provas são abolidas e substituídas pela avaliação contínua. A ideia é que os professores orientem os estudantes para que eles reconheçam seus pontos fortes e fracos.

Depois de entender as limitações da avaliação escolar tradicional, conheça algumas alternativas que podem ser utilizadas para aumentar a eficiência desse processo!

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