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Conheça a abordagem STEM e saiba como potencializar o aprendizado dos alunos

Quem lida com alunos, todos os dias em sala de aula, sabe o quanto é difícil mantê-los motivados a estudarem. Pois saiba que, com a abordagem STEM, isso é possível.

Gerações cada vez mais impacientes passam pelas escolas a cada ano. São vários fatores que disputam a atenção do aluno. Por isso, o professor precisa ser criativo.

O modelo STEM (Science, Technology, Engineering e Mathematics) propõem aulas práticas para que coloquem a mão na massa, testando o que aprenderam nas aulas.

A abordagem possui, em seu nome, quatro áreas do conhecimento. Justamente, porque as une na atividade proposta por meio do modelo de ensino.

A ideia é instigar os alunos a cumprirem um desafio, construindo algo novo, no intuito de solucioná-lo. O objetivo do STEM é conduzi-los a uma aprendizagem criativa.

Diante de uma série de dificuldades que permeiam a educação brasileira, essa abordagem surge como uma alternativa para melhorar a qualidade de ensino, prevenir a evasão escolar, dar oportunidade de trabalhos melhores aos alunos, dentre outras possibilidades.

Revisar as metodologias de ensino se tornou latente. O aprendizado não pode ser mais robotizado. Os alunos questionam cada vez mais e aprendem com maior facilidade quando colocam a mão na massa.

Mas, para que consigamos colocar o Brasil entre as grandes potências mundiais de ensino, apenas o ensino de exatas não funcionará. Veja, abaixo, o porquê.

Diferença entre STEM e STEAM

Se você já ouviu falar de STEM, é provável que tenha se deparado, em algum momento, com o termo STEAM. Esse “A”, adicionado à sigla, significa Arte.

Ao longo do tempo de uso do STEM, percebeu-se a necessidade de englobar outras áreas do conhecimento que não fossem, apenas, no campo das exatas. Por isso, em 2000, a Arte foi acrescentada ao modelo. 

Por arte entende-se, não aquela em que os alunos criam desenhos e trabalham nos mais diversos estilos de pintura, mas sim, como uma maneira de agir e pensar de forma ampla. Convivendo em sociedade, conhecendo diferentes culturas e sabendo lidar com as diferenças.

O conhecimento técnico, utilizado de maneira isolada, não se sustenta por um longo tempo. Pois, de nada adianta ser um ótimo engenheiro e não saber se relacionar com as pessoas ao seu redor. 

É importante desenvolver nos alunos, além das habilidades técnicas, o pensamento crítico, o respeito às diversidades e a preocupação em criar projetos sustentáveis, atendendo as necessidades da comunidade.

Acontece que, na prática, a Arte está, apenas, inserida na sigla STEAM. Muitas vezes, ela é negligenciada nas propostas de aulas. 

Para potencializar o aprendizados dos alunos é preciso englobar todas as linguagens. Isto é, verbal, científica e artística.

Como colocar em prática?

Por mais que pareça algo de outro mundo, sua aplicação pode ser mais simples do que imagina. Sabemos que os recursos para elaborar uma aula com essa abordagem são limitados. Mas, quem disse que você precisa da mais alta tecnologia para isso?

Todo o material pode ser aproveitado. Desde papel, EVA, canetas e copos. A criatividade é o que conta. Afinal, essa é a proposta principal do modelo STEM/STEAM.

Em resumo, deve ser proposto um problema para que, divididos em grupos, os alunos proponham uma solução para ele. A ideia é que botem a mão na massa e entreguem algo funcional.

É claro que, para que o desafio faça sentido, precisa estar relacionado ao tema da aula. Além disso, é importante que o problema tenha, de fato, uma solução. E que se aplique aos conceitos que o professor deseja transmitir aos alunos.

Segundo o coordenador do Programa de Aprendizagem STEM, Manoel Luis Belem, os objetivos a serem alcançados com a abordagem devem ser: “aprimorar a desenvoltura, experimentar a construção coletiva do conhecimento, exercitar o empreendedorismo sustentável de uma maneira lúdica e melhorar a relação entre professores, pais e alunos.”

Portanto, fique ligado nessas dicas, para que a aplicação do modelo na sua escola ocorra da melhor maneira possível:

Dicas para colocar em prática

  • Faça com que os alunos dividam as tarefas dentro do grupo. No decorrer das aulas, os papéis devem ser trocados para que cada um deles aprenda a exercer uma função diferente;
  • O professor deve ser o mediador, fazendo perguntas que os instiguem. Porém, cuidado para não entregar as respostas, deixe que eles debatam o assunto por um tempo. Faz parte do processo de aprendizado;
  • Não é obrigatório, em todas as práticas, que as cinco áreas do conhecimento sejam abordadas. O importante é que sempre englobem, pelo menos, duas disciplinas;
  • Proponha um desafio instigante, que engaje os alunos. Eles perceberão quando se tratar de um mero teste sobre o conteúdo da matéria;
  • Utilize o STEM em algumas aulas, mas, não em todas. Por mais que o modelo seja dinâmico, corre o risco de cair na rotina;
  • Ao finalizar a prática, proporcione um momento para sistematizarem o que aprenderam. A sugestão é propor um debate ou uma apresentação de cada grupo.

Exemplo de como criar uma abordagem STEM

Em uma das aulas de Ciências, com a turma do 5º ano, a professora Cristiane da Costa D’Água explicava sobre energias alternativas, quando um dos alunos questionou se era possível cozinhar com a luz do sol.

Foi daí que surgiu a ideia de propor um desafio à turma. Construir um forno, utilizando papelão e alumínio, que fosse capaz de assar um bolo.

Os alunos da EMEF Marechal Bittencourt, em Osasco (SP), se empenharam em encontrar a solução e, após algumas pesquisas, entregaram o forno prontinho à professora.

Testaram a solução no meio da quadra da escola e, depois de quatro horas no sol, não é que o bolo estava pronto para o consumo?

Perceba que o exercício começou com uma questão a ser resolvida, um período de investigação e, para fechar, mãos à massa. E, no final das contas, os alunos conseguiram comprovar o que estudaram na prática. 

Nesse, e em outros casos, a abordagem STEM fez com que as crianças construíssem seu conhecimento. Despertando um senso de protagonismo no processo de aprendizagem.

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E então? Você já conhecia a abordagem STEM? Caso sim, já utilizou na prática? Como foi a experiência? Conta para nós a sua experiência, será um prazer ouvi-lo!

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