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Ensino híbrido: o que você deve saber sobre a educação do futuro

Os tempos mudam, o mundo se transforma e a educação não pode estagnar. Novas formas de dar aula são adotadas dentro de escolas e têm grandes resultados. Muitas dessas classes adotam o ensino híbrido, um estilo inovador que conquista o interesse do aluno e resulta em um aprendizado mais rápido e eficiente, combinando aulas presenciais e a distância. 

Quer saber tudo sobre ensino híbrido? Então continue a leitura para descobrir o que é, como aplicar, quais são os desafios e mais curiosidades sobre o assunto. Boa leitura!

O que é ensino híbrido?

Ensino híbrido é uma abordagem pedagógica que promove a combinação de aulas presenciais e virtuais com o objetivo de facilitar o desenvolvimento do estudante, personalizar a aprendizagem e promover a autonomia. Além disso, a interação com as tecnologias digitais é favorecida.

Não se trata apenas de colocar computadores na escola e permitir que os alunos os acessem sem orientá-los. É preciso que o conteúdo presencial e o virtual estejam alinhados. Além disso, a adoção do ensino híbrido requer que a escola repense a maneira como a sala de aula é organizada, a elaboração do plano pedagógico, o papel dos professores e dos alunos. 

Uma característica essencial do ensino híbrido é a conexão entre as aulas presenciais e as atividades feitas a distância. A ideia é aproveitar os benefícios de ambas as modalidades. É por meio dessa conexão, aliás, que é permitida a personalização. Um aluno que tem mais dificuldade em determinado assunto, por exemplo, pode assistir diversas vezes um vídeo em casa até compreender o conteúdo. 

Também não existe somente uma forma de fazer ensino híbrido. A abordagem tem diversas possibilidades, como rotação por estação e sala de aula invertida. Falaremos com detalhes sobre cada uma delas mais adiante.

E o que não é ensino híbrido?

É importante também diferenciar o ensino híbrido da educação a distância e do ensino remoto, que foram bastante difundidos em tempos de pandemia. A educação a distância, ou EAD, já é usada há algum tempo no Brasil no ensino superior e conta com conteúdos específicos para o formato.

Já o ensino remoto foi bastante difundido durante o período de isolamento social. Nela o aluno não vai à escola e as aulas são acessadas em diversos formatos, por TV, computador (online), celular e outros. 

O ensino híbrido, por sua vez, inclui aulas presenciais, ainda que parcialmente. Por isso que uma aula que foi dada em uma sala de aula para estudantes e transmitida ao vivo para outros não faz parte dessa abordagem, é apenas uma mesma aula reproduzida em dois ambientes, sem conexão entre o que é feito no modo presencial e no virtual.

Qual é a influência da tecnologia na educação?

Para entender melhor o contexto em que surge o ensino híbrido, é interessante também falarmos sobre a influência da tecnologia na área da educação.

Muitas vezes, o uso de métodos didáticos tradicionais pode perder parte de sua eficiência, visto que, atualmente, os alunos se sentem desinteressados quando a aula se baseia apenas no professor na frente da sala explicando por meio do diálogo e da escrita.

Percebendo isso, profissionais passaram a usar a tecnologia e a criatividade para desenvolver novas formas de transmitir o conhecimento que, ao mesmo tempo, fossem eficazes e mantivessem os alunos atentos.

Alguns educadores ainda não adotam recursos tecnológicos dentro da sala de aula. Porém, eles se mostraram efetivos quando especialistas analisaram as vantagens do uso de vídeos, slides e questionários de modo didático.

Desse modo, grande parte das escolas incentiva os professores de suas redes a utilizarem a tecnologia dentro da sala de aula, garantindo, com isso, que eles passem mais conhecimento para seus alunos.

Foi nesse contexto que surgiu o ensino híbrido. Com o passar do tempo, os métodos tradicionais começaram a ficar distantes dos alunos. Assim, houve a necessidade de pensar em uma abordagem que dialogasse melhor com os jovens. 

Então, nasceu o ensino híbrido, que visa renovar a didática e colocar o aluno na posição de protagonista, garantindo que o conhecimento seja trocado entre educador e educando. Isso faz com que o estudante seja uma pessoa mais ativa e permite que ele tenha participação efetiva dentro da sala de aula.

Como aplicar o ensino híbrido na sala de aula? Conheça as diferentes formas

Citaremos a seguir alguns dos principais exemplos de práticas adotadas dentro da sala de aula que se encaixam no conceito de ensino híbrido.

Rotação por estação

Esse modelo se baseia na rotatividade de ambiente. Nele, o professor e a classe variam entre exposição no quadro, da maneira tradicional, didática dentro do laboratório e ensino a distância. 

Um exemplo prático desse modelo seria, primeiramente, o professor ensinar a matéria dentro da sala de aula, com explicações e ilustrações, sempre que possível. Após a explicação, os alunos fazem exercícios ou assistem a conteúdos que reforcem o que o professor apresentou, para que, assim, a matéria seja fixada.

Por fim, tanto o professor quanto os alunos se direcionam a um laboratório onde será passada uma atividade prática. Então, aquilo que foi visto de maneira teórica anteriormente é aplicado de forma prática.

Os alunos terão no mínimo três formas de ver a matéria, o que, além de ajudar aqueles que têm mais dificuldade de entendimento, faz com que o ensino se diversifique e o estudante tenha mais interesse.

Veja mais sobre rotação por estações no vídeo abaixo, do canal CIEB:

Laboratório rotacional

Esse estilo se assemelha muito ao de rotação por estação, divergindo apenas na parte em que os alunos fazem tarefas ou revisões sozinhos. Aqui, tanto o professor quanto os alunos partem da explicação dentro da sala de aula direto para o laboratório.

Nesse laboratório, é possível demonstrar a prática da matéria ou fazer atividades pelo computador que envolvam todos os estudantes ou grupos menores. Dessa forma, o laboratório rotacional é indicado quando não é possível fazer a segunda etapa da rotação por estação por alguma dificuldade que se possa ter com os jovens.

Sala de aula invertida

A sala de aula invertida é uma mistura de ensino a distância com práticas presenciais. Esse método inverte a situação da aula presencial com o dever de casa, fazendo com que, inicialmente, o aluno aprenda a matéria com cursos e videoaulas no lugar onde mora.

Dentro da sala de aula, os estudantes participam de práticas e projetos orientados pelo professor, permitindo ao educador que aproveite o tempo dentro da rede de ensino para passar o conhecimento de outra maneira que não seja a tradicional.

Assim, os alunos têm um grande número de práticas, o que os ajuda a enfrentar os problemas do cotidiano, visto que, no método tradicional, muitos se fazem o seguinte questionamento: “como o que é aprendido dentro de sala será útil na minha vida?”.

Saiba mais sobre a sala de aula invertida assistindo ao vídeo abaixo:

Flex

Como o próprio nome sugere, esse é um modelo flexível. Tal forma de aprendizado tem como espinha dorsal o ensino a distância. Para dar suporte a ele, também acontecem reuniões presenciais, ou seja, momentos onde se reúnem os alunos e os professores na sala ou em laboratórios.

Nesse sentido, o modelo é baseado em aulas a distância preparadas pelos próprios professores com videoaulas que ensinam a matéria. Ele também conta com atividades e testes por rede.

Um simples ensino a distância pode apresentar defasagem no aprendizado. Para contornar esse problema, o flex tem encontros marcados que reúnem alunos e professores para tirar dúvidas sobre a matéria e fazer atividades práticas em laboratórios. 

A grande vantagem desse modelo é a flexibilidade de horários, visto que grande parte do aprendizado é feito a distância e o curso pode ser realizado a qualquer momento pelos alunos.

Quais desafios os professores enfrentam na adoção do ensino híbrido?

É claro que também existem alguns desafios para a adoção do ensino híbrido. Primeiro que, para trabalhar com as novas tecnologias e aproveitá-las da melhor maneira, os professores precisam ser treinados. E não basta apenas dominá-las, é preciso também saber integrá-las ao ensino presencial. 

Além disso, é preciso romper com práticas pedagógicas mais tradicionais, o que pode gerar resistência no corpo docente. Tudo isso, porém, pode ser resolvido por meio da capacitação. 

Ensino híbrido no pós-pandemia

Durante a pandemia, as escolas precisaram implementar o ensino remoto às pressas, muitas vezes de forma improvisada. Embora o uso da tecnologia já fosse considerado uma tendência, foi durante o período de distanciamento social que muitas escolas adotaram ferramentas digitais. 

No pós-pandemia, é possível que algumas redes de ensino ofereçam essa modalidade, já que é bastante útil para o processo de ensino, considerando que muitos jovens são nativos digitais, ou seja, já têm, desde cedo, uma relação com a tecnologia, adotando-a com naturalidade. 

O desafio, agora, é estender essa habilidade dos estudantes para a área da educação. Afinal, como falamos, para que o ensino seja realmente híbrido é preciso reorganizar o tempo de sala de aula, além de construir um novo plano pedagógico. Nesse novo contexto, os docentes atuam também como mentores, entendendo o que funciona melhor para cada estudante. 

Podemos concluir que o ensino híbrido revoluciona o método tradicional de dar aula. E quando essa didática que envolve a tecnologia é posta em prática, o crescimento dos alunos compensa qualquer dificuldade que se possa ter para introduzir essa técnica na rede de ensino.

É possível que, dentro de alguns anos, os métodos tradicionais sejam amplamente substituídos por variadas formas do ensino híbrido. Portanto, é recomendável que você busque especialistas para que essa forma de ensino seja aplicada da melhor maneira dentro da sua rede.

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