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Indisciplina na sala de aula: como lidar com o problema

Líder de queixas dentre os professores, a indisciplina aliada à falta de atenção dos alunos em sala de aula, é uma das maiores dores de cabeça no dia a dia escolar.

Uso excessivo do celular, conversas paralelas, provocações, e demonstrações de indiferença são alguns exemplos do que o professor precisa lidar no cumprimento do seu ofício.

As opiniões se dividem sobre quais métodos são efetivos na superação do problema da indisciplina, e se divergem ainda mais na definição dos responsáveis pela educação dos alunos.

A conclusão que podemos chegar é que não existem fatores isolados que resolvam essa dificuldade. Trata-se de um conjunto de fatores, e cada membro da comunidade escolar precisa fazer sua parte para que o clima na escola seja o mais harmonioso possível.

Há ainda quem acredite que atos de violência são semelhantes a comportamentos indisciplinados, mas a diferença entre os termos é grande, exigindo atitudes específicas para cada caso.

É sobre essas diferenças que falaremos a seguir.

Indisciplina não é o mesmo que violência

Muito se fala da violência que assola as escolas nos últimos tempos. Porém, quando se usa esse termo há uma certa confusão na sua definição.

Prova disso é que, segundo pesquisa realizada em 2015 pelo Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) e o Instituto Data Popular, a maioria dos professores consideraram violência como sendo falta de educação, xingamento, mau comportamento, violência física, indisciplina, vandalismo, falta de valorização do professor, dentre outros aspectos.

Perceba que há uma mistura na definição do que são atos violentos e atitudes indisciplinadas. E por que é importante o entendimento de suas diferenças? Para que ações sejam pensadas de forma diferente também, trazendo resultados ainda mais efetivos.

O que é violência?

Tratam-se de situações motivadas por fatos externos à escola. Geralmente, envolvem eventos que tenham causado dano a alguma outra pessoa.

Na maioria das vezes, precisam da intervenção do poder público, retirando a autonomia da escola de agir exclusivamente através de medidas pedagógicas.

Agressão, bullying, assassinato, e brigas são alguns exemplos de violência. Para prevenir que aconteçam, a escola pode atuar identificando possíveis vulnerabilidades e acionando outros órgãos públicos para ação conjunta, como por exemplo, a Assistência Social.

O que é indisciplina?

A indisciplina não causa dano direto a uma pessoa, mas culmina em comportamentos que geram problemas na convivência escolar.

Conversas paralelas, indiferença, uso do celular sem o devido consentimento, e  indelicadeza com o professor ou demais alunos são exemplos de indisciplina. Essas atitudes, por vezes, impedem que haja um clima harmonioso na sala de aula, e interferem nas condições de aprendizado dos demais estudantes.

É importante destacar que a bagunça nem sempre pode ser associada à indisciplina. Utilizar-se desse tipo de comportamento para desenvolver a sociabilidade das crianças e dos adolescentes, pode ser uma boa alternativa para driblar a situação.

Práticas inovadoras na educação também podem ser fortes aliadas para tornar as aulas ainda mais dinâmicas e interessantes para os alunos.

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Alguns números sobre a indisciplina no Brasil

Uma pesquisa realizada pela Fundação Lemman aponta que 32% dos professores têm como uma das principais preocupações a indisciplina na escola.

Os docentes brasileiros utilizam 20% do tempo de aula lidando com esse problema, sendo que a média global é de 13%, conforme Pesquisa Internacional de Ensino e Aprendizagem (Talis) efetuada em 2013.

O Brasil é um dos países que mais possuem ocorrências disciplinares no mundo, por isso a indisciplina é a líder na lista de queixas pelos professores.  Apesar dos números citados acima serem desencorajadores, falando especificamente dos índices de violência nas escolas, podemos ver uma queda.

Conforme questionário aplicado na Prova Brasil de 2007 e 2011, 1,9% dos professores responderam que foram agredidos por alunos, enquanto que na pesquisa anterior esse percentual foi de 2,3%. Em relação ao porte de armas de fogo, facas ou canivetes, o número também diminuiu. No ano de 2011 foram 4,89% de registros de porte pelos alunos, já em 2007 foram apontadas 6,31% ocorrências.

A verdade é que só quem sofre as consequências desse indicadores sabe o quanto eles são desestimulantes ao exercer a profissão de docente. Mas não se preocupe, pois preparamos dicas rápidas sobre como lidar com esse problema.

Breves dicas de como lidar com o problema

A rigidez e o pulso firme podem até trazer um resultado imediato para conter a indisciplina em sala de aula, mas são ações de curto prazo e superficiais.

Resolver questões de comportamento requer estudo aprofundado, observação e mudanças de postura.

Esperar que os alunos aprendam espontaneamente a conviver em harmonia no ambiente escolar, é também um grande engano.

A escola é um espaço que propicia ao aluno o aprendizado da convivência, e do relacionamento com pessoas totalmente diferentes. Por isso, o trabalho de ensinar um comportamento adequado, e não impor, é tão importante.

Abaixo, algumas dicas para resolver a questão da indisciplina na sala de aula:

Dê sentido às aulas

Sabemos que a entrega do conteúdo é importante, mas fazer com que os alunos entendam o assunto de uma maneira prática fará com que o aprendizado ocorra com fluidez.

Utilizar métodos relacionados ao cotidiano dos estudantes facilitará a assimilação do tema, e dará um sentido maior às aulas. Jogos, uso da tecnologia e músicas são exemplos que poderão gerar maior dinamismo e engajamento nas aulas.

Favoreça a troca de ideias

Já imaginou transformar as conversas paralelas em um diálogo produtivo? Ao proibir o bate-papo corre-se o risco de desestimular a troca de ideias.

Da mesma forma que o professor orienta os alunos, estes também podem compartilhar suas experiências e ensinar o docente. Quando existe um compartilhamento das mais diversas práticas, todos tem a ganhar.

Seja coerente

As regras são necessárias para organizar e tornar harmônico o convívio dentro da escola. Elas precisam ser claras e justas para todas as partes.

A comunidade escolar precisa seguir as diretrizes, construídas de preferência com o auxílio de todos os envolvidos no processo. Caso alguém desvirtue o que foi combinado, corre-se o risco de voltar à desorganização e a reincidência de atos de indisciplina.

Dê voz aos alunos

Levar em conta o que os alunos têm a dizer e colaborar, gera um comprometimento ainda maior com o processo de aprendizagem.

As decisões compartilhadas, como por exemplo, a participação na elaboração do Projeto Político Pedagógico (PPP), farão com que os estudantes tenham voz, expressem seus desejos, suas experiências, e sintam-se engajados com a escola.

A educação resumida ao simples ato de transcrever o conteúdo no caderno, gera falta de interesse nos estudantes, o que os deixa entediados, resultando na busca por algo mais interessante para fazer.

Muitos chamam esse ato de indisciplina, mas muito além disso, é preciso criar uma relação de cooperação e empatia.

Com algumas ações, como as citadas até aqui, será possível diminuir cada vez mais um dos maiores motivos de preocupação dos professores em sala de aula.

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Conteúdo para educadoras(es)

Aqui no blog da Portábilis você encontra vários artigos sobre conceitos pedagógicos, competências e ideias para planos de aulas adaptados à BNCC e dicas importantes para gestoras(es) escolares e dirigentes municipais.

Confira alguns destaques:

 

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