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Intersetorialidade e os benefícios para a aprendizagem na Educação

A articulação entre os saberes e esforços dos diferentes setores públicos como forma de garantir a efetivação de suas políticas, como por exemplo a aprendizagem, é chamada de intersetorialidade.

Áreas, como Educação, Assistência Social e Saúde, possuem dados que se utilizados de maneira integrada, e com ações pensadas em conjunto farão a diferença na aquisição do conhecimento por todas as crianças e adolescentes.

Questões, como: “Por que o aluno não está aprendendo? Por que tantas faltas? Não consigo prender a atenção daquele estudante!”, podem não ser respondidas apenas sob a perspectiva da educação.

Um aluno que não aprende ou falta às aulas não está necessariamente relacionado ao conteúdo ou ao professor, ou ainda à falta do transporte público escolar. Essa criança ou adolescente pode se encontrar em uma situação em que seus direitos foram violados, como em um ato de violência, trabalho infantil ou desnutrição

Outra possibilidade seria o aluno ter déficit de atenção, e na ausência de um diagnóstico técnico, a comunidade escolar poderia pensar que trata-se apenas de falta de obediência por parte do aluno.

Perceba que os dados, bem como as motivações para falta de aprendizagem podem estar em outros setores. Por isso é necessário um olhar ampliado para além do que cada política consegue perceber. 

Como no exemplo citado acima, a intersetorialidade surge para resolver desafios complexos. A integração dos setores auxilia inclusive nas dificuldades enfrentadas pelos profissionais dessas políticas, articulando posturas, novos mecanismos, e ações, e buscando a garantia dos direitos fundamentais de cada cidadão.

Por que a intersetorialidade é uma aposta como garantia de aprendizagem?

Que estamos passando por uma crise mundial de aprendizado, não é novidade. São 250 milhões de crianças fora da escola, e outras 330 milhões frequentando a escola, mas fracassando em aprender.

Segundo Amel Karboul, se não fizermos nada, até 2030 essa situação pode piorar, chegando à metade das crianças e jovens do mundo nesse cenário. 

Questões mais básicas, como o analfabetismo e a infraestrutura tecnológica nas escolas, já tiveram grandes avanços ao longo da história da educação, e apesar de não estarem completamente sanadas, estão a caminho da superação.

Mas o que está faltando para garantir a aprendizagem dos alunos e ensiná-los para a vida, formando seres críticos e capazes de aprender a aprender?

Os casos de sucesso de ações do governo estão relacionados ao desenvolvimento cada vez mais integrado de políticas públicas. Os problemas atuais são complexos, e atuações isoladas em caixinhas, como na Educação, Assistência Social e Saúde, não resolvem mais. 

Violência intrafamiliar, física e psicológica, pobreza extrema, desnutrição, estrutura sanitária e falta de acesso à água potável são alguns exemplos que impactam e interferem diretamente no desempenho dos alunos em sala de aula. 

Para transgredirmos a questão da aprendizagem, o primeiro e grande passo é apostar na intersetorialidade das políticas públicas. Superar as principais causas de dificuldade na hora de aprender será de extrema importância para a garantia de uma educação de qualidade a todos os alunos das escolas públicas do País.

Desafios da articulação entre as políticas

A intersetorialidade está bem desenhada através de leis e normas nacionais, mas na prática ela dificilmente acontece.

As ações precisam ser pensadas em conjunto, criando novas ideias e formas de trabalho, e não apenas unir aquilo que hoje é feito pelos diferentes setores.

Deve funcionar não como uma árvore, que contém eixo central, hierarquias, raízes, troncos e galhos, mas sim como um rizoma, em que os caules crescem horizontalmente, percorrendo em diversas direções, não tendo um ponto fixo de entrada e de saída.

Acontece que alguns desafios precisam ser superados para que essa rede funcione bem e seja efetiva em sua atuação.

Burocracia, ineficiência, sobrecarga dos profissionais, ausência de financiamento intersetorial e dificuldade em medir o resultado das ações, são alguns exemplos de pontos a ser melhorados para que a articulação entre os setores aconteça.

Nesse sentido, as equipes que se propõem a esse enfrentamento precisam dialogar, agir em conjunto, buscar saídas coletivas. Isso porque a intersetorialidade pode ser um espaço de conexão que trará a possibilidade de revolucionar e de promover acontecimentos extremamente positivos para todas as áreas públicas articuladas através desse mecanismo.

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Intersetorialidade pensada mundialmente

A intersetorialidade não é uma iniciativa pensada exclusivamente pelo Brasil.

O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento Humano (PNUD/ONU) em conjunto com o Centro de Pesquisas The Oxford Poverty and Human Development Initiative (OPHI) desenvolveram o Índice de Pobreza Multidimensional (IPM) com o objetivo de fornecer um retrato sobre as pessoas que vivem com dificuldades em todos os países do mundo, apontando privações em educação, saúde e padrão de vida.

Perceba que o IPM busca definir a questão da pobreza para além de aspectos de renda, olhando para outras dimensões e utilizando uma visão de intersetorialidade, como a que falamos até agora.

Na imagem abaixo, você pode ver os diferentes setores, os pontos abordados para o cálculo do IPM, bem como o peso de cada um deles. 

Vale destacar que uma família é considera multidimensionalmente pobre quando sofre privações em pelo menos 30% dos indicadores.

intersetorialidade

Ao obter dados como os apontados acima, o gestor pensará em ações e programas para ampliar o acesso em cada área contemplada no índice, buscando melhorar a educação, saúde e o padrão de vida de todos que se encontram nessa situação.

Funciona como um balizador para que a gestão pública entenda que atuações isoladas não resolvem o problema macro do cidadão, e caso não pense de forma articulada todo o esforço será em vão.

Outras iniciativas internacionais em prol da articulação merecem ser lembradas, como o 2º Ciclo de Capacitações do Selo UNICEF, que tem como um dos principais objetivos discutir a intersetorialidade e a mobilização de adolescentes, e o primeiro painel da Conferência Internacional da Primeira Infância, em que países latino-americanos falaram de suas experiências e maneiras para aumentar o alcance das ações intersetoriais.

A nova Base Nacional Comum Curricular também foi pensada de forma articulada, levando em consideração as principais dificuldades do aluno, e relacionando seus possíveis problemas às diferentes áreas de sua vida.

Todas essas iniciativas têm o objetivo de potencializar o impacto nas mais diversas políticas públicas, mas sempre com uma perspectiva de melhorar a educação e a aprendizagem dos alunos, e como consequência gerar autonomia e protagonismo na vida de todos os cidadãos.E-book gratuito: BNCC - Tudo para você entender o futuro da educação no Brasil. Clique aqui para baixar agora.

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