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Equidade: alunos sem acesso à internet recebem materiais impressos em casa, em Theobroma, Rondônia
Com e sem tecnologia, mas com o direito à educação assegurado. Equipe da Secretaria de Educação se desdobra para não deixar 22% alunos da Rede Municipal que não dispõe de acesso à internet, sem atividades, em tempos de coronavírus.
Munidos com álcool em gel e pastas com diversas atividades, professores da Rede Municipal de Theobroma, em Rondônia, tem se revezado em equipes para fazer com que as atividades escolares cheguem até alunos que não dispõem de internet, na zona rural do Município.
De ônibus e com máscaras de proteção, eles percorreram os últimos dias fazendo entregas de envelopes com atividades para alunos da educação infantil e do ensino fundamental. As aulas estão suspensas na cidade que fica à 300 quilômetros da capital, Porto Velho, desde o dia 16 de março, em virtude do Coronavírus. Dos 1.250 alunos, aproximadamente, que compõe a Rede, 22% deles, ou seja, 272 crianças e adolescentes não dispõe de acesso à tecnologia. Por esse motivo, a Secretaria de Educação, Cultura e Esportes do Município, seguindo os preceitos de equidade, se organizou e se adaptou para que nenhum estudante ficasse desassistido.
De acordo com a coordenadora pedagógica da Secretaria de Educação, Cultura e Esportes, Deuzilaine dos Santos, o projeto, denominado “Aula em Casa”, iniciou logo após o decreto de suspensão das aulas, e foi alinhado em reunião com as equipes pedagógicas. “Nós montamos uma comissão para cada curso: educação infantil, fundamental anos iniciais e fundamental anos finais. Os professores, com os devidos cuidados, foram às escolas, montaram conteúdos e atividades e compartilharam pelos grupos com os pais e alunos no WhatsApp. As famílias que não possuem recursos tecnológicos, estão recebendo os conteúdos e atividades impressos em casa. Os professores de educação infantil estão fazendo uma aula em vídeo por semana e enviando aos pais. Essa é a forma que encontramos de oferecer condições para que todos os estudantes não tivessem sua aprendizagem prejudicada”, explicou. De todas as sete escolas do Município, apenas um Centro de Educação Infantil (CMEI) fica na zona urbana do município.
Atividades impressas garantem que todos os alunos sejam assistidos.
Plano de ação inclusivo
O preceito de equidade na educação, ou seja, de garantir que famílias de todos os contextos sociais tenham acesso aos seus direitos, é uma das preocupações da gestão, segundo o secretário de Educação, Cultura e Esportes, Adelson Valter Correia. “Queríamos atender os alunos de igual para igual, então surgiu a ideia das comissões, para criarmos estratégias para superar a crise da suspensão das aulas. Integram as comissões diretores, supervisores e equipe pedagógica da Secretaria. São esses profissionais os responsáveis pelos estudos, adequando as atividades de acordo com cada série. Elas foram impressas e também repassadas via WhatsApp, para não dificultar o trabalho do professor, e facilitar o acesso dos alunos”, falou.
Trabalho em equipe na escola, atendendo normas de higiene, tem sido fundamental para o sucesso do projeto.
Correia ressaltou que o trabalho em equipe tem sido fundamental para garantir o sucesso do projeto. “Só temos a agradecer aos professores, coordenadores, diretores, motoristas, enfim, todos que estão auxiliando e se doando neste momento tão delicado que passamos”, pontuou.
Receptividade das famílias
Outra parceria que tem sido fundamental é a receptividade dos pais. “O acolhimento dos pais foi muito importante. Eles estão preocupados, querem ajudar, além disso, ver o sorriso no rosto dos alunos após a retomada de contato, mesmo que à distância, nos trouxe muita alegria”, disse o secretário.
Envolvimento das famílias é fundamental nesse momento.
As atividades são entregues uma vez por semana, recolhidas, e na semana seguinte entregues novamente. Desde o dia 8 de abril, os alunos que dispõe de acesso à tecnologia, estão fazendo suas tarefas, de forma online, na Ferramenta Publicações. As atividades, impressas e online não presenciais, estão sendo consideradas como extraclasse até o momento, mas, segundo o secretário, a intenção é transformá-las em reposição de horas-aula, já que não é possível atendimento presencial. “Tudo é muito novo, mas iremos nos adequando e dialogando diretamente com a equipe e o Conselho Municipal de Educação para fazer os ajustes necessários. Esperamos que a motivação das equipes pedagógicas das escolas, pais e alunos continue e que o projeto prospere”, enfatizou o secretário.
Inspiração para outros Municípios
A iniciativa da equipe gestora foi recebida com muita alegria pela equipe da Portabilis. A analista de suporte da empresa, Paula Inocêncio, foi quem contatou o Munícipio. “Assim que surgiu a pandemia, a suspensão das aulas assolou todo o país, entramos em contato com os Municípios clientes, para identificar de que forma poderíamos ajudá-los. Quando conversamos com a equipe de Theobroma, ficamos surpresos com a organização. A proatividade deles foi incrível, ao organizarem as comissões de forma tão rápida e eficaz. Sem contar no contato com os pais, extremamente importante neste momento”, declarou.
Para Paula, o comprometimento de Theobroma é inspiração para muitas outras cidades. “Quando indagamos como eles fariam com os alunos sem acesso à internet, ficamos extremamente felizes com a maneira encontrada de atender todas as famílias, mesmo as sem acesso à tecnologia. Parabenizamos a equipe pela iniciativa que contemplou as diferentes realidades do Município”, pontuou.
