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Como lidar com o Mutismo Seletivo na escola?

O Mutismo Seletivo (MS) se trata de uma fobia social que se manifesta, na maioria das vezes, em crianças com idade entre 3 e 6 anos na escola.

A dificuldade de comunicação verbal acontece de acordo com o contexto social e de maneira involuntária. Por exemplo, o aluno conversa, naturalmente, com os pais em casa, mas, no ambiente escolar, não fala palavra alguma com seus colegas.

O Mutismo Seletivo afeta 7 a cada 1.000 pessoas. Sua origem pode ocorrer a partir de traumas físicos ou psicológicos como, brigas ou violências domésticas. Fatores genéticos e fisiológicos também contribuem para sua manifestação. 

Se não for identificado e tratado desde a infância, o MS pode continuar durante toda a adolescência e, até mesmo, na vida adulta. Seu diagnóstico é difícil, pois, muitas vezes, é confundido com timidez ou outros transtornos da fala.

Por isso, além de explicarmos o que é Mutismo Seletivo, precisamos falar o que ele, também, não é.

Mutismo seletivo não é timidez

É importante frisar que MS não é timidez e, nem mesmo, transtorno da fala. Essa distinção é fundamental para que, ao lidar com o aluno, sejam utilizadas as estratégias certas.

Uma criança tímida, por mais que, em determinada situações, fale poucas palavras, não deixa de se comunicar. A timidez afeta, principalmente, o dinamismo e o contato físico do aluno com as outras pessoas. Mas, de forma alguma, essa criança se recusará a verbalizar as palavras.

Da mesma forma, o MS não deve ser confundido com transtornos como, Transtorno da Comunicação, Transtorno Fonológico ou Transtorno do Espectro Autista. Já que, nesses casos, a fala pode ser comprometida por diversos fatores, independente do contexto social.

Em resumo, a criança com Mutismo Seletivo manterá diálogo apenas com pessoas do seu dia a dia, como pais e professor. Diante de outras situações sociais, ela não se comunicará.

Dicas para lidar com o Mutismo Seletivo na escola

O aluno com Mutismo Seletivo pode sofrer sérias consequências, tanto no âmbito das relações interpessoais, quanto no seu desenvolvimento.

Há uma rejeição da criança por parte de seus colegas, pois não existe abertura para tentarem uma aproximação. Outras questões como, comunicação e coordenação motora também são prejudicadas. O que reflete, diretamente, no seu processo de ensino-aprendizagem.

A exceção é a prática de atividades individuais, como a escrita. Nesse caso, o desenvolvimento das tarefas ocorre sem grandes dificuldades.

Portanto, é fundamental que haja preparo dos profissionais de educação para lidar com o Mutismo Seletivo na escola. Veja, abaixo, as dicas que preparamos sobre o tema:

1- Fique atento aos sinais

O MS pode se manifestar antes de a criança ir para a escola, mas, na maioria das vezes, é possível diagnosticá-lo, apenas, no ambiente escolar. Por isso, fique atento aos sinais.

A falta de comunicação precisa estar presente no aluno há, pelo menos, um mês. Pois, antes disso, a ausência do diálogo pode estar relacionada a sua ambientação. Da mesma forma, eventos isolados de silêncio não são sinônimos de Mutismo Seletivo.

Há, também, manifestação física decorrente do MS. Os sintomas são tensões musculares que impedem alguns movimentos corporais.

Ao observar alguns desses sinais, é fundamental que a criança seja encaminhada para tratamento.

2- Encaminhe o aluno para tratamento, caso necessário

O tratamento do Mutismo Seletivo precisa ser realizado por profissionais especializados, só assim terá garantia de efetividade.

Normalmente, a abordagem se dá por meio de intervenção psicológica através de terapia comportamental individual, em grupo ou familiar. Programas de orientação também podem ser utilizados durante o tratamento. Com isso, será possível compreender e trabalhar nos elementos que contribuirão para o desenvolvimento da criança.

Mas, para que o tratamento tenha sucesso, é necessário o apoio da família e um acompanhamento multidisciplinar.

3- Tenha em mente que é preciso um trabalho multidisciplinar

A responsabilidade com o desenvolvimento da criança não deve ser, apenas, do profissional de saúde. O pedagogo, assim como a família, devem se envolver nesse processo também.

O trabalho, iniciado com a terapia, precisa estar conectado com as estratégias utilizadas pela escola e pelos pais. É com base no cotidiano do aluno, que todos devem estimular a comunicação da criança através de intervenções comportamentais.

O objetivo é aperfeiçoar o pensamento da criança. Convertendo crenças negativas de si mesma em autoconfiança. 

Em vez de atender o seu desejo de isolamento, estimule seu convívio social aos poucos, criando um ambiente confortável para que o aluno se abra à conversa. 

Por mais que os métodos utilizados por cada envolvido no processo sejam diferentes, o objetivo é o mesmo para todos. Ou seja, desenvolver as habilidades para que a criança consiga se comunicar com todos a sua volta sem medo.

3- Estabeleça um clima harmonioso

Se o aluno se deparar, constantemente, com situações que o deixe angustiado na hora de falar, ele evitará, ao máximo, esse tipo de circunstância.

Portanto, desenvolva atividades para aliviar suas tensões. Brincadeiras lúdicas são excelentes para criar um clima descontraído e harmonioso. Isso fará com que o aluno com Mutismo Seletivo interaja, facilmente, com os colegas. 

4- Estimule a criança a refletir sobre seus pensamentos

A insegurança, ao falar, está relacionada ao medo da criança de ser julgada. Sentimentos negativos de si mesmo contribuem para esse tipo de pensamento.

Estimule o aluno (e isso vale, inclusive, para os que não tem Mutismo Seletivo) a refletir sobre suas ideias, a enxergá-las sob perspectivas diferentes. Esse é um exercício para ensinar o otimismo e desenvolver, na criança, a habilidade de lidar, tranquilamente, com suas dificuldades.

Para estimular a saúde emocional do aluno, você deve:

  • Celebrar atitudes emocionais positivas e, não apenas, acertos relacionados ao conteúdo;
  • Enaltecer boas características de sua personalidade;
  • Ensinar que sentimentos são passageiros e que o aluno é capaz de modificá-los sempre que o desejar.

 

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E então? Gostou das dicas de como lidar com o Mutismo Seletivo na escola? Tem algo que vivencia, na prática, e que queira compartilhar por aqui? Conta para nós a sua experiência, será um prazer ouvi-lo!

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