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BNCC e alfabetização: o que mudou?
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) vem exigindo alterações profundas nos currículos, materiais didáticos e formação de professores da Educação Básica de todo o País. E com a alfabetização não é diferente, ela também deverá ser repensada em função dessas mudanças.
O objetivo de todas essas modificações é que, desde cedo, os alunos desenvolvam capacidades, tanto intelectual, quanto social, físico, emocional e cultural. Ou seja, as crianças e adolescentes passarão a aprender para a vida e não mais, exclusivamente, para a prova.
Por isso, foram elegidas dez competências gerais para nortear o trabalho das escolas e dos professores. Além de ser mais efetivo do que trabalhar com conteúdos isolados, a BNCC fará com que todo o País fale a mesma língua com base nesse conjunto predeterminado de habilidades e competências.
Para melhor entendimento, veja como a estrutura da Educação Básica passou a ser organizada a partir da BNCC:
Fonte: Ministério da Educação
O que mudou na alfabetização?
Com a Base, a alfabetização passa a fazer parte da área do conhecimento denominada Linguagens e torna-se foco das aulas de Língua Portuguesa nos primeiros anos do Ensino Fundamental.
Diminuição do período da alfabetização
Uma das mudanças que mais chamou a atenção e que gerou inúmeros debates foi a antecipação da finalização da alfabetização para o segundo ano do Fundamental e não mais no terceiro ano, como era antes.
Dentre os que discordam dessa medida, há um consenso de que ocorrerá o aceleramento de um processo que deveria ser gradual. O que pode resultar em dificuldades aos alunos.
Por outro lado, a BNCC traz uma continuidade do que foi aprendido na Educação Infantil, no Ensino Fundamental. O que era considerado uma lacuna antes da reforma.
Desenvolvimento da consciência fonológica
A Base traz um ponto fundamental no processo de alfabetização, que é o desenvolvimento da consciência fonológica através da percepção dos sons de cada palavra. Além de ser um ponto positivo no aprendizado oral e, até mesmo escrito, a prática contribui para que o professor identifique as dificuldades de cada aluno com maior facilidade e pense em estratégias para superá-las.
Centralidade no texto
A BNCC amplia o letramento infantil através da centralidade no texto e por meio de diferentes gêneros textuais. Além de uma maior aproximação com linguagens voltadas à realidade dos alunos.
A ideia é se debruçar sobre textos das mais diversas esferas, campos sociais, comunicação e uso da linguagem. Um exemplo são as redes sociais. Boa parte do tempo das crianças e adolescentes é utilizado nesse meio de comunicação, seja consumindo ou produzindo conteúdos, por que não estudá-lo sob um olhar pedagógico?
Sobre as especificidades de cada etapa de ensino:
Educação Infantil
Através de exercícios lúdicos, deve-se explorar o falar e o ouvir dos alunos. Já em relação à escrita, a BNCC traz o seguinte:
- Primeiro, a criança desperta curiosidade pelos textos escritos e constrói, naturalmente, sua concepção da língua escrita;
- A partir disso, deve-se iniciá-la na cultura da escrita;
- Ao adquirir familiaridade com os textos, seu gosto pela leitura, criatividade e hipóteses sobre a escrita se desenvolverão pouco a pouco;
- Por fim, as crianças passam a associar a escrita como uma forma de representar a sua fala.
Ensino Fundamental
O que foi aprendido na Educação Infantil deverá ser aprofundado nos dois primeiros anos do Ensino Fundamental.
O objetivo da alfabetização nesse período é fazer com que os alunos adquiram o sistema de escrita alfabético e desenvolvam, com maior profundidade, habilidades de leitura e escrita por meio dos seguintes eixos:
- Oralidade;
- Análise Linguística/Semiótica,;
- Leitura/Escuta;
- Produção de texto.
Segundo a BNCC (clique aqui para acessá-la), no final do processo de alfabetização, o aluno deve ter adquirido as seguintes habilidades:
- Compreender diferenças entre escrita e outras formas gráficas (outros sistemas de representação);
- Dominar as convenções gráficas (letras maiúsculas e minúsculas, cursiva e script);
- Conhecer o alfabeto;
- Compreender a natureza alfabética do nosso sistema de escrita;
- Dominar as relações entre grafemas e fonemas;
- Saber decodificar palavras e textos escritos;
- Saber ler, reconhecendo globalmente as palavras;
- Ampliar a sacada do olhar para porções maiores de texto que meras palavras, desenvolvendo assim fluência e rapidez de leitura (fatiamento).
Dicas para adaptar a alfabetização à BNCC
Como você percebeu, um dos grandes objetos da alfabetização será despertar o desejo das crianças em ler e escrever e, em consequência, se expressarem melhor. Por isso, ao mesmo tempo em que o professor ensina vogais e sílabas, deve inserir o conteúdo dentro de um contexto real e que traga significado ao aluno.
Da mesma forma, é importante manter as práticas lúdicas, inclusive no Ensino Fundamental. Sem esquecer de aumentar, progressivamente, a complexidade dos textos.
Para facilitar a adaptação da alfabetização à BNCC, separamos algumas dicas para você. Veja abaixo:
- No site do Movimento pela Base Nacional Comum você encontra guias e vídeos para entender a BNCC na prática, além de exemplos que servem de inspiração para quem não sabe por onde começar;
- Se a sua escola já está na fase de elaborar os planos de aula, você encontrará vários exemplos adaptados à BNCC na internet e, o melhor, totalmente gratuitos. Acesse o site da Nova Escola e do Currículo Digital da Cidade de São Paulo e aproveite;
- Imagina ter que controlar todas essas mudanças no papel? Um bom sistema de gestão escolar, adaptado à BNCC, também vai ajudar os gestores escolares e professores na difícil tarefa de organizar a nova estrutura curricular;
- E para fechar, você vai encontrar, em nosso blog, um resumo de como criar planos de aula conforme a BNCC para a Educação Infantil ou para os componentes curriculares de Língua Portuguesa e Matemática, só para dar alguns exemplos. Não perca tempo e corre para ler o que preparamos para você!
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