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Cidadania digital: 3 formas de trabalhar o tema na escola
Há 149 milhões de usuários de Internet no Brasil. Os números são da versão mais recente da pesquisa TIC Domicílios (Cetic.br; NIC.br), lançada em maio de 2023, que traz dados importantes para pensar a inclusão digital no país.
As crianças e adolescentes também compõem esse montante, representando 24 milhões, segundo os dados da pesquisa TIC Kids Online Brasil 2022. Porém, ainda há muitas limitações – como a qualidade da conexão e o acesso aos dispositivos –, que afetam, principalmente, as classes sociais mais baixas e impactam no desenvolvimento de habilidades digitais.
E é nesse contexto que o debate sobre a exclusão digital acontece ao mesmo tempo em que cresce a atenção para os riscos de estar conectado(a), sobretudo para a saúde mental, destacando a importância de conhecer e praticar a cidadania no ambiente online.
A seguir, apresentamos o conceito seguido de três ideias práticas para trabalhar com o tema em sala de aula. Boa leitura!
O que é cidadania digital?
O termo cidadania digital refere-se aos direitos — como o acesso às tecnologias, direito à participação e conexão de qualidade — e aos deveres — uso responsável das redes, ética na produção de conteúdos, entre outros — relacionados às novas tecnologias e a cultura digital.
A atuação em rede nos ambientes digitais demanda uma participação consciente, que favoreça a existência e a manutenção de espaços democráticos. Por esse motivo, o desenvolvimento técnico deve avançar em direção à relevância social.
As tecnologias devem ser instrumentos para melhorar a qualidade de vida das pessoas em diversos âmbitos. Nesse sentido, a cidadania digital está relacionada” à ampliação dos direitos já conquistados nos campos social, político, econômico e cultural” (*).
(*) Essa informação é do artigo “Inclusão e cidadania digital no Brasil: a (des)articulação das políticas públicas”, escrito por Angela M. G. de Carvalho e Marcos T. Américo, que está disponível neste link.
Como trabalhar a cidadania digital nas escolas?
A iniciativa pode partir de professores, de coordenadores ou gestores escolares e ser trabalhada de diferentes formas:
- Como tema do material de apoio nas disciplinas de Língua Portuguesa, Matemática, Informática, entre outras;
- Como tema específico de um projeto institucional;
- Em formato de oficina ou minicurso;
- Como uma disciplina extra, ofertada em contraturno.
Confira, abaixo, três exemplos para colocar em prática.
1 – Como tema do material de apoio das aulas
A Base Nacional Curricular Comum (BNCC) aborda a cultura digital e prevê o desenvolvimento de competências específicas relacionadas às novas tecnologias. Um dos objetivos é que as/os estudantes estejam preparados para lidar de forma reflexiva e crítica com as mudanças sociais propiciadas por esse contexto.
Textos de apoio sobre segurança digital, privacidade na Internet, ciberativismo, direitos autorais, cyberbullying, inclusão e exclusão digital podem ser utilizados nas aulas como ponto de partida para exercícios de escrita, de interpretação (de textos e gráficos) e para fomentar debates e apresentações de trabalho em grupo.
Veja exemplos:
→ O IBGE Educa — portal do IBGE voltado para a educação — disponibiliza atividades e recursos para professores. O plano de aula “Quem acessa a Internet?” apresenta um material completo para levar o tema para sala de aula e propor um exercício de escrita argumentativa;
→ Outra atividade disponível é a Pesquisa e gráficos sobre acesso à Internet, que prevê pesquisas estatísticas e a construção de gráficos de colunas a partir de dados fornecidos pelo IBGE;
→ O material Trabalhando o tema Cidadania Digital, disponibilizado pelo Plenarinho — programa educativo da Câmara dos Deputados — traz dicas para preparar 5 aulas de 40 minutos sobre o tema para estudantes do 8º e 9º ano.
2 – Como disciplina extra
A Safernet, em parceria com o governo do Reino Unido, desenvolveu uma disciplina sobre cidadania digital que pode ser ofertada por professores da instituição interessada.
O objetivo é orientar estudantes para um uso responsável e positivo das tecnologias, a partir de aulas sobre bem-estar e saúde emocional, segurança e privacidade na Internet, respeito e empatia das redes, relacionamentos seguros online e cidadania digital para todas as pessoas.
As secretarias de educação e escolas públicas ou privadas podem aderir. Todas as informações estão disponíveis nesta página.
3 – Em projetos institucionais
Os projetos institucionais são ofertados para promover mudanças no ambiente escolar e podem ser desenhados a partir de situações desafiadoras identificadas no local.
Saúde mental é um tema de extrema importância, que precisa ser abordado com seriedade em todos os espaços institucionais e que é, cada vez mais, vinculada às boas práticas de participação na Internet e dos cuidados com o consumo de informações.
A equipe escolar pode elaborar um projeto sobre o tema em parceria com as secretarias da Saúde ou de Assistência Social do município e integrar a comunidade em campanhas de conscientização.
Confira três materiais de apoio para aprender mais sobre o tema e embasar o planejamento da ação na escola:
→ O Guia de Saúde mental de jovens e adolescentes (Vita Alere + Unicef) tem um capítulo dedicado ao uso das tecnologias, no qual traz recomendações sobre como lidar com situações que acontecem na Internet, como: cyberbullying, fake news, cultura do cancelamento, jogos e desafios, aliciamento sexual online, entre outros.
→ O curso online Saúde Mental nas Escolas disponível na plataforma Lúmina (UFRGS) aborda a prevenção e a promoção da saúde mental nas escolas, com módulos sobre fatores de risco, regulação emocional, encaminhamentos, estratégias de enfrentamento, etc;
→ Click-bait? Deep fake? Live? Influencers? A plataforma Educamídia elaborou um glossário (clique aqui para acessar) com os principais verbetes que fazem parte do ambiente digital e informacional. Basta usar o campo de busca ou navegar pelo alfabeto!
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Confira alguns destaques:
- 5 aplicativos gratuitos para professores
- Planos de aula para Educação Infantil: onde encontrar
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